Tenho mais risco de problemas no coração por ter diabetes?
Sim. Por isso, é importante se cuidar e manter as orientações médicas em dia.
O diabetes tipo 2 é um distúrbio caracterizado pela hiperglicemia, o “excesso de açúcar” no sangue. O organismo fica resistente à insulina produzida pelo pâncreas e, assim, as moléculas de glicose (açúcar), que deviam ser quebradas e convertidas em energia dentro das células, permanecem circulando, em excesso.1, 2, 3
É a hiperglicemia que predispõe ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose, a hipertensão (pressão alta), o acidente vascular cerebral (derrame) e o infarto. Isso acontece porque a glicose em excesso se acumula em órgãos, nervos e vasos sanguíneos, danificando-os, o que acaba por contribuir para a instalação de condições propícias ao surgimento dessas doenças.4, 5, 6
As doenças cardiovasculares e o diabetes tipo 2 têm uma relação mais próxima do que você possa imaginar, como mostramos números: pessoas com diabetes, por exemplo, têm cinco vezes mais risco de sofrer um ataque cardíaco, e a hipertensão é duas vezes mais comum em quem tem diabetes do que na população geral. 6, 7, 8
As doenças cardiovasculares têm sintomas?
Muitas vezes, não, principalmente no começo — e por isso é importante manter as consultas médicas em dia. Agora, a depender da fase, é possível que alguns sintomas apareçam.
Pessoas com diabetes devem ficar especialmente atentas ao surgimento de problemas respiratórios, fadiga, tonturas, desmaios, inchaço nos pés e tornozelos, arritmias, palpitações e dor no peito,9 além de outros sintomas que já abordamos aqui, no Quem Vê Diabetes Vê Coração.
Em especial, mal-estar, palidez, suor frio e náuseas devem ser encarados com seriedade. Muitas vezes confundidos com a hipoglicemia — baixa de açúcar no sangue, um “efeito rebote” do próprio diabetes —, podem ser, na verdade, indicativos de infarto, já que o diabetes não controlado pode ter danificado os nervos do coração, fazendo com que as típicas dor e queimação não estejam presentes.10
Como se previnem as doenças cardiovasculares?
Além dos seus próprios mecanismos de ação, não é incomum que o diabetes tipo 2 apareça associado a uma série de outras condições metabólicas e cardiovasculares preocupantes, que podem incluir obesidade, redução da aptidão cardiorrespiratória e dislipidemias (excesso de gordura no sangue, como colesterol e triglicérides).11
Por isso, para prevenir essas complicações, a pessoa com diabetes deve adotar hábitos saudáveis, como praticar atividades físicas, seguir uma dieta equilibrada com menos calorias e controlar o peso. É importante também manter o tratamento e controlar os níveis de açúcar no sangue. Além disso, a pessoa deve evitar o cigarro e o consumo de bebidas alcoólicas, controlar o estresse e reduzir a ingestão de sal, gorduras saturadas e gorduras trans. 12
Por padrão, o médico também pede exames para avaliar a saúde da pessoa com diabetes como um todo, especialmente diante da presença desses fatores de risco. No que diz respeito ao coração, é comum solicitar eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma, prova de esforço (teste ergométrico) e medição da pressão sanguínea.12 Exames focados nas taxas de lipídios (gorduras) podem incluir medições dos níveis de colesterol “bom” (HDL) e “mau” (LDL) e de triglicérides.13
Os resultados indicarão a melhor abordagem para o tratamento adequado do diabetes e das eventuais comorbidades cardiovasculares encontradas e que, inclusive, pode contemplar a participação de outros especialistas, como o cardiologista e o nutricionista.
É importante seguir todas as recomendações médicas, tomar os remédios receitados e sempre relatar ao profissional qualquer sintoma ou evento incomum em suas consultas regulares — e assim você garante uma vida mais saudável, convivendo bem com o diabetes e seu coração.
Referências:
BR23DI00138 – Setembro/2023
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