Diabetes e doenças renais
A filtração, com a consequente eliminação de substâncias tóxicas do corpo, é feita, principalmente, pelos rins, que, para isso, precisam de vasos sanguíneos saudáveis que passem por eles. O excesso de açúcar no sangue pode danificar esses vasos, afetando diretamente a capacidade de trabalho do rim e a filtração sanguínea, um quadro conhecido como doença renal do diabetes . (1)
A doença renal do diabetes não tem esse nome à toa: trata-se de uma complicação que pode ocorrer entre as pessoas que convivem com o diabetes tipo 2 e não têm, por exemplo, adesão adequada ao tratamento. Isso leva a alterações na função renal e pode resultar em uma chamada doença renal crônica (DRC), caracterizada por perdas graduais e irreversíveis dessa função. (1), (2)
O quadro mais severo que pode se instalar é o da insuficiência renal crônica, que acontece quando os rins “param” e não conseguem mais manter o equilíbrio do organismo por meio da filtração. Além disso, pode ocorrer uma série de complicações extras, como pressão alta (hipertensão) e infecções do trato urinário. (2)
Por isso, diagnosticar precocemente a DRC é de extrema importância, já que, caso o quadro de insuficiência se instale, haverá a necessidade de tratamentos avançados, como a hemodiálise e, até mesmo, um transplante de rins.
Rins, diabetes e doença cardiovascular
A hipertensão é só um dos tipos ou componentes de um conjunto maior denominado doença cardiovascular (DCV), que inclui também a doença aterosclerótica.
Em relação ao diabetes, a progressão para um quadro de DCV está, entre outros fatores, no fato de que a resistência à insulina é associada a um aumento do fluxo de ácidos graxos livres, o que contribui para o aumento de triglicérides — e que tem como resultado a dislipidemia.
Caracterizada, nesse quadro, pelo aumento de lipídios (gorduras) no sangue, a dislipidemia pode acarretar complicações cardiovasculares, como a doença coronariana, a cerebrovascular, quando artérias essenciais para o cérebro são obstruídas, e a arterial periférica, que causa dores nas pernas, inchaço e problemas de cicatrização, para mencionar alguns dos sintomas. (2)
Em relação aos rins, de maneira independente, tanto a doença renal crônica quanto o diabetes já são fatores considerados de risco para as diferentes manifestações da DCV. Quando, então, as duas condições se unem, aumentam as chances de progressão à doença cardiovascular e de resultados graves. (1), (2)
A importância do acompanhamento
É preciso que a pessoa com diabetes cheque seus rins com frequência, de acordo com indicação médica, a fim de avaliar sua função. Aqueles que já têm DRC, devem receber acompanhamento médico regular para controlar tanto o diabetes quanto a DRC, prevenindo ou retardando as suas progressões e os riscos de complicações. (1), (3)
A abordagem inclui controle do nível de açúcar no sangue, da pressão arterial, do colesterol e do triglicérides, além de exames regulares para monitorar a função renal e a saúde cardiovascular. Mudança de hábitos de vida e adoção de medicamento podem ser necessários(?) para auxiliar na manutenção da função dos rins, no controle da glicose e, se necessário, da hipertensão arterial. (3)
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