Qual a relação entre o diabetes e a saúde do coração? Altos níveis de açúcar no sangue de pessoas com diabetes não controlada podem danificar os vasos sanguíneos ao longo do tempo. Também podem trazer danos aos nervos em todo o corpo, incluindo aqueles que controlam o coração. Esse descontrole pode aumentar a inflamação nos vasos sanguíneos e interromper o fluxo sanguíneo normal no coração. Pensando na inflamação em longo prazo nas artérias, isso significa que o coração tem que trabalhar mais para bombear o sangue. Quanto mais tempo uma pessoa tem diabetes não controlado, maior o risco de doença cardiovascular. [1] Isso envolve problemas como aterosclerose, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, arritmias e infarto agudo do miocárdio. Pessoas adultas com diabetes tipo 2 têm quatro vezes mais chances de desenvolver essas doenças [2] e um risco até três vezes maior de sofrer ataques cardíacos e derrames [3].
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, 80% das mortes por diabetes estão relacionadas a problemas cardíacos e renais [4]. Especialmente para quem tem diabetes, alguns hábitos e fatores elevam o risco de desenvolver doenças cardiovasculares: colesterol alto, tabagismo, alcoolismo, sedentarismo e obesidade. Felizmente, as evidências sugerem que mesmo alterações modestas no estilo de vida podem ter efeitos positivos para reduzir o risco cardiovascular de uma pessoa [5]. Portanto, gerir essas condições e aderir ao tratamento é fundamental para cuidar não só do diabetes, mas também da saúde do coração [6].
A forma mais comum de doença cardíaca é a doença arterial coronariana, que se desenvolve ao longo do tempo à medida em que glicose e colesterol, entre outras substâncias, acumulam-se nas paredes das artérias, formando placas. Essas placas endurecem as artérias e fazem com que elas se tornem mais estreitas, reduzindo o fluxo de oxigênio para o coração. Com o tempo, isso enfraquece o músculo cardíaco e aumenta o risco de ataques cardíacos e de insuficiência cardíaca [7].
Para quem tem diabetes, a melhor forma de prevenir esse risco é cuidar do próprio diabetes que, além do controle glicêmico, envolve também adotar hábitos saudáveis, como uma dieta baseada em alimentos naturais, ou seja, reduzindo o consumo de produtos ultraprocessados que possuem alto teor de açúcares e gorduras [8]. Além disso, a doença arterial coronariana está intimamente ligada à doença renal crônica, condição na qual os rins não conseguem filtrar o sangue da maneira que deveriam. Cerca de 40% das pessoas com diabetes são afetadas pela doença renal, uma complicação do diabetes não controlado [9].
Sinais de alerta para o coração
Como todos esses fatores são arriscados para quem convive com o diabetes, o médico pode solicitar exames e tratamentos para hipertensão e colesterol alto. Sem o devido acompanhamento profissional, o desenvolvimento de uma doença cardíaca pode ser silencioso. Muitas vezes, as descobertas ocorrem somente após um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral (AVC) [10].
É importante ficar atento a possíveis sinais [7]:
No caso específico de um acidente vascular cerebral, o sintoma mais comum é uma súbita fraqueza da face e dos membros superiores e inferiores, mais frequentes em um lado do corpo. Caso apresente tais sintomas, procure o pronto atendimento imediatamente [10].
Ao cuidar do seu estilo de vida, é possível diminuir consideravelmente as chances de desenvolver a doença arterial coronariana e de sofrer algum acidente vascular cerebral [9]. Seguir uma dieta equilibrada pode ajudá-lo a gerenciar melhor o nível de glicose no sangue, o colesterol, a pressão arterial e o peso, que são fatores de risco para o desenvolvimento da doença cardiovascular. Tente comer mais alimentos integrais, vegetais, frutas, carnes magras, limitar o consumo de açúcar, sal e gorduras saturadas, bem como de álcool. Parar de fumar e se tornar mais ativo, praticando atividade física regularmente, também é essencial [11].
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Acompanhamento com seu médico de confiança e realização de exames regulares podem ajudar você a controlar o diabetes, além de colaborar para reduzir as chances de doenças cardíacas ou de derrame (AVC).
Em menos de um minuto você pode descobrir seus fatores de risco para o coração.
Conheça os principais sintomas que podem estar associados a doenças cardiovasculares.