Bebidas alcoólicas aumentam chances de desenvolver diabetes tipo 2

Associado ao ganho de peso, álcool em excesso é uma das causas do DM2.

Bebidas alcoólicas aumentam chances de desenvolver diabetes tipo 2

Seja por atividades domésticas exaustivas, por um ritmo insano de estudos ou pela alta carga de trabalho fora de casa, quem não gosta de relaxar ao fim do dia com uma taça de vinho? Ou, então, de se reunir com os amigos e familiares aos fins de semana para liberar a tensão e celebrar a vida? Sempre com um copo de cerveja ou uma caipirinha bem gelados ao alcance das mãos!

O fato é que o consumo de bebidas alcoólicas é um hábito praticado mundialmente e por muitas pessoas, e, no Brasil, não é diferente. Tanto é que nosso país é popularmente conhecido como um grande consumidor desses produtos, o que justifica esse setor ser um dos mercados mais aquecidos em âmbito nacional.

Em números, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de álcool per capita no Brasil aumentou 43,5% em dez anos e, agora, supera a média internacional. Enquanto a média global é de 6,4 litros per capta, cada brasileiro a partir de 15 anos toma em média 8,9 litros de álcool por ano. Assim, figuramos na 49.ª posição do ranking entre os 193 países que foram avaliados pela OMS.1

Conforme informa a entidade, beber não é considerado um problema em si. Mas a falta de controle em certas situações – o que se configura pela ingestão de seis doses em uma única ocasião, pelo menos uma vez por mês –, pode se transformar em sérias ameaças à vida.2

Consumo de álcool pode levar a doenças crônicas

A relação entre o consumo excessivo de álcool, acidentes de trânsito e episódios de violência é inquestionável e extremamente estreita. Além disso, esse hábito pode levar a consequências bastante negativas à saúde e à qualidade de vida.

Não é à toa que o uso abusivo de bebidas alcoólicas é classificado como um dos maiores fatores de risco para a população mundial, sendo responsável por 3 milhões de mortes por ano (5,3% de todas as mortes), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).3

E não é só isso: estas bebidas são uma das principais causas de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), já que estudos mostram que o álcool aumenta potencialmente as chances de uma pessoa desenvolver patologias consideradas severas como: câncer (dos mais diferentes tipos), doenças cardiovasculares, diabetes mellitus (DM), entre outras.4-5

Isso acontece porque quando o limite deste consumo é ultrapassado regularmente, o organismo fica exposto a danos que, em médio e longo prazo, podem se tornar críticos e até mesmo irreversíveis. Ainda mais se essa conduta for associada ao tabagismo, à falta de atividades físicas e à alimentação não saudável.

Bebidas alcoólicas x diabetes

Especificamente no caso do diabetes, que é uma das DCNT com maior prevalência no mundo, bebidas alcoólicas são consideradas agentes facilitadores da doença quando consumidas em excesso. E dois são os motivos que, de certa forma, estão interligados: o alto valor energético desses alimentos, que influencia no aumento de peso; e a interferência nas taxas de açúcar (glicose) no sangue.

Para não haver dúvidas sobre o assunto, vamos abordar de forma sucinta esses dois fatores de causa e efeito:

1.     Alto valor energético

Bebidas alcoólicas têm elevado valor energético (calorias) porque resultam de um processo decorrente da fermentação de alimentos que naturalmente contêm açúcar, como frutas e cereais. Resumindo, são obtidas através da transformação de açúcares em álcool.6

Como resultado, o álcool fornece 7,1 kcal/g (quilocalorias por grama) e, dependendo da quantidade, frequência e modo de consumo, pode levar ao sobrepeso.7 O que é muito comum, pois quem bebe geralmente esquece de somar as calorias do álcool às fornecidas pelos alimentos – e não substituir, como seria o mais correto.

Sem falar que por ser uma substância tóxica que deve ser eliminada imediatamente quando ingerida, o álcool acaba tendo prioridade no metabolismo energético. O que altera outras vias metabólicas como a oxidação lipídica, favorecendo o estoque de gorduras no corpo, que se depositam preferencialmente na área abdominal.8

Em conclusão, além de ser uma via de atalho para o sobrepeso e para a aquisição de circunferência da cintura acima dos padrões desejáveis, bebidas alcoólicas são apontadas como estimuladores de apetite, e muitas pessoas que fazem uso constante desses líquidos evoluem para a obesidade. Fatores que, somados, são um belo convite ao diabetes.

2.     Descontrole da glicemia (concentração de glicose no sangue)

Além de serem muito calóricas, as bebidas alcoólicas possuem outros pontos de atenção que ainda precisam ser estudados pela ciência quando o assunto é o diabetes. Mas o que se sabe é que o consumo de grande quantidade de álcool por longos períodos de tempo aumenta os níveis de açúcar no sangue.

Assim, indivíduos expostos ao uso abusivo/dependência desses produtos podem tornar-se insulinorresistentes, e, consequentemente, apresentar maiores chances de desenvolver diabetes tipo 2.9

Sobre a relação resistência à insulina x consumo de bebidas alcoólicas, explica-se que a resistência insulínica é uma resposta biológica à diminuição da capacidade da insulina de estimular o uso da glicose como fonte de energia que viabiliza o organismo funcionar corretamente.

Na presença dessa condição, o pâncreas passa a ter que produzir uma quantidade muito maior de insulina para manter a glicose em níveis normais. Mas, por ter muita glicose na sua formulação, quando em excesso, o álcool sobrecarrega esse processo e atrapalha o controle da glicemia.

Existe um limite seguro para beber e não desenvolver diabetes?

Pode parecer controverso, mas existem estudos, como o de pesquisadores dinamarqueses especialistas em diabetes, que indicam que o consumo de álcool entre três a quatro vezes por semana está associado a menor propensão de desenvolver o diabetes tipo 2.

Publicada no periódico europeu Diabetologia – jornal oficial da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes (EASD, sigla em inglês) –, a pesquisa aponta que o risco reduzido chega a ser de 32% em mulheres e 27% em homens.10

Mas isso não é desculpa para beber mais do que o recomendado e nem motivo para começar a beber regularmente, caso você não beba. Até mesmo porque, como alerta a Associação Americana de Diabetes (ADA, sigla em inglês), as respostas ao consumo de álcool são diferentes de um indivíduo para o outro e não há regra universal sobre como beber com segurança.11

Atualmente, não existem definições oficiais para dose padrão e consumo moderado no Brasil. E, realmente, não há um consenso geral nem entre as entidades globais.

Então, pondere! Leve em consideração que exceder na bebida pode causar sérios danos, como aumento da insulina e da pressão arterial. E que bebidas alcoólicas estão associadas ao ganho de peso, que é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento do diabetes tipo 2.

Nota Importante: O conteúdo deste site não substitui a necessidade de acompanhamento médico para fins de diagnósticos e aconselhamentos. Não desconsidere ou altere tratamentos orientados por profissionais da saúde e busque por atendimento clínico sempre que necessário.

 
 
  1. Estadão, por Jornal do Comércio. Disponível em: https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/2017/05/geral/563734-consumo-de-alcool-aumenta-43-5-no-brasil-em-dez-anos-afirma-oms.html - Visualizado em 02/11/21.
  2. Organização Mundial da Saúde (OMS). Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789241565639 - Visualizado em 02/11/21.
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101764.pdf - Visualizado em 02/11/21.
  4. Instituto Nacional de Câncer (Inca). Disponível em: https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/bebidas-alcoolicas - Visualizado em 02/11/21.
  5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Disponível em:  https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101764.pdf - Visualizado em 02/11/21.
  6. SUPER Interessante, Ed. Abril. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-a-diferenca-entre-bebida-destilada-e-fermentada/ - Visualizado em 11/11/21.
  7. KACHANI, A.T.; BRASILIANO, S.; HOCHGRAF, P.B. O impacto do consumo alcoólico no ganho de peso. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpc/a/b3QBrtnzVZwhkVSPHBdSssf/?format=pdf&lang=pt - Visualizado em 11/11/21.
  8. KACHANI, A.T.; BRASILIANO, S.; HOCHGRAF, P.B. O impacto do consumo alcoólico no ganho de peso. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpc/a/b3QBrtnzVZwhkVSPHBdSssf/?format=pdf&lang=pt - Visualizado em 11/11/21.
  9. SILVA, I.O.B. Resistência à insulina em alcoolistas. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/33608/1/SILVA%2C%20Isaura%20%20Onnaia%20Barbosa..pdf - Visualizado em 12/11/21.
  10. Portal R7 – Saúde. Estudo associa consumo frequente de álcool a menor risco de diabetes. Disponível em: https://noticias.r7.com/saude/estudo-associa-consumo-frequente-de-alcool-a-menor-risco-de-diabetes-27072017 - Visualizado em 11/11/21.
  11. American Diabetes Association (ADA/Associação Americana de Diabetes). Disponível em:  https://www.diabetes.org/healthy-living/medication-treatments/alcohol-diabetes - Visualizado em 12/11/21.

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