As patologias responsáveis por imensa parcela do índice de incapacidade e mortalidade em pacientes com diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2 expostos a quadros constantes de hiperglicemia, de um modo geral, se dividem em quatro grupos:
A seguir, listamos as sete complicações mais significativas e características da relação diabetes x hiperglicemia:
1. Doenças cardiovasculares
Segundo recente pesquisa feita pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), as doenças cardiovasculares (DCV) são as complicações decorrentes do diabetes que mais levam ao óbito. Os números mostram que cerca de 80% das mortes de pacientes com diabetes estão associadas às doenças cardiovasculares (DCV)1.
Ainda conforme revela o estudo CAPTURE, de autoria da indústria farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk e considerado o maior estudo mundial no escopo da abordagem de doenças cardiovasculares no diabetes tipo 2 (DM2), 1 em cada 3 portadores de DM2 tem doença cardiovascular estabelecida.2
Isso acontece porque o diabetes não controlado favorece o desenvolvimento de diversos processos inflamatórios no organismo, figurando entre eles os que danificam as paredes dos vasos sanguíneos, e que afetam diretamente a saúde do coração. Como consequência, eleva-se substancialmente a chance de eventos como acidentes vasculares cerebrais (AVC), formação de aneurismas, insuficiência cardíaca3 e até mesmo de morte súbita.4
Antes mesmo de ocorrerem essas complicações, o paciente com diabetes não controlado já pode apresentar a aterosclerose, que é um comprometimento das artérias que pode resultar, mais adiante, em infarto ou derrame, além de doença arterial periférica com risco de amputação.
Em muitos casos, doenças cardiovasculares e aterosclerose são silenciosas, de modo que o comprometimento do coração nem sempre consegue ser percebido em estágio inicial. Então é extremamente importante estar atento a qualquer mal-estar súbito e fazer acompanhamento médico regular com cardiologista para que eventuais indícios sejam imediatamente investigados.
2. Neuropatia diabética (lesões periféricas)
Neuropatia é o termo médico dado ao mau funcionamento dos nervos periféricos, que pode afetar um nervo isoladamente, um grupo de nervos ou nervos no corpo todo.
Responsáveis por “carregar” as informações que entram e saem do cérebro e da medula espinhal para o resto do corpo, quando danificados os nervos periféricos deixam de transmitir corretamente os impulsos nervosos que atuam no controle dos músculos, pele, órgãos e glândulas. E a resposta do organismo a esses danos é o desenvolvimento de disfunções nas pernas, braços, face, tórax e órgãos genitais.
Complicação crônica muito comum e mais incapacitante do diabetes, conforme aponta a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a neuropatia diabética é responsável por aproximadamente 2/3 das amputações não-traumáticas, que são aquelas não resultantes de acidentes e fatores externos.5 Normalmente, as mãos e os pés são as áreas mais afetadas pela desordem, com destaque para os membros inferiores.
De lenta evolução e facilmente confundida com outras doenças – o que atrasa o correto diagnóstico, retarda o tratamento e torna a neuropatia uma condição altamente lesiva –, tem como principais sintomas formigamento, queimação, coceira, cãibras, redução da capacidade de sentir dor e mudanças na temperatura da região afetada, bem como deformidade e dores nas articulações.
Já no “pé diabético”, uma condição bastante frequente que ocorre pela combinação de diversas condições que acometem o paciente com diabetes (neuropatia periférica, doença arterial periférica, traumas e deformidades)6, podem ser observadas feridas na pele e falta de sensibilidade local.
3. Nefropatia diabética (comprometimento dos rins)
Com a função de atuar como filtros no corpo humano, os rins eliminam pela urina diversas substâncias que não têm mais utilidade e retêm as que não devem ser descartadas, como as proteínas. Mas quando comprometidos perdem total ou parcialmente essa capacidade.
Principal causa de insuficiência renal crônica, a nefropatia diabética se instala quando alterações nos vasos sanguíneos dos rins levam justamente à perda de proteínas pela urina. Entre elas a albumina, o que pode resultar em xixi com aspecto espumoso.7
Como essa complicação tem lento desenvolvimento e não costuma apresentar sintomas – com exceção da espuma na urina –, o comprometimento das funções renais se dá de forma progressiva e silenciosa, até causar a paralisação parcial ou total de um ou ambos os rins.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o quadro clínico de insuficiência renal no diabetes tipo 2 tem se tornado cada dia mais comum, sendo que no diabetes tipo 1 chega a acometer cerca de 50% dos pacientes.8
4. Retinopatia diabética (danos à visão)
Outra doença extremamente associada ao descontrole da glicemia é a retinopatia diabética, que se divide em proliferativa e não proliferativa. Complicação do diabetes que afeta os olhos, é diagnosticada por meio de análise clínica/oftalmológica que identifica deformidades na retina – uma das membranas do segmento posterior do olho responsável pela formação das imagens. Como seu desenvolvimento está diretamente relacionado ao tempo de existência do diabetes, possui evolução gradativa, que pode progredir de perda parcial da visão a cegueira irreversível na idade adulta.
Segundo especialistas, a retinopatia não apresenta sinais nos estágios iniciais, apenas na fase mais avançada, entre eles: visão embaçada e/ou turva, distorção de imagens, aparecimento de pontos ou manchas pretas que “flutuam” na visão (como pequenas moscas), dificuldade para enxergar à noite, sensação de pressão nos olhos, olhos vermelhos, sensibilidade à luz (fotofobia) e perda progressiva da visão periférica ou central etc.9-10
Por isso, é indicado fazer exames de vista ao menos uma vez ao ano, pois, como relata o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a retinopatia diabética atinge mais de 75% das pessoas que têm diabetes há mais de 20 anos e eleva em 25 vezes o risco desses pacientes perderem a visão, se comparados a indivíduos sem a patologia.11 Vale ressaltar que a possibilidade da retinopatia evoluir para glaucoma (lesão que provoca perda do campo visual) ou até mesmo para catarata (condição da visão diminuída) é bem mais alta nessa população, respectivamente 40% e 60% a mais, conforme indica o Ministério da Saúde do Brasil.
Por isso é indicado fazer exames de vista ao menos uma vez ao ano, pois, como relata o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a retinopatia diabética atinge mais de 75% das pessoas que têm diabetes há mais de 20 anos, e eleva em 25 vezes o risco desses pacientes perderem a visão se comparados a indivíduos sem a patologia.12
Vale ressaltar que a possibilidade da retinopatia evoluir para glaucoma (lesão que provoca perda do campo visual) ou até mesmo para catarata (condições da visão diminuída) é bem mais alta nessa população, respectivamente 40% e 60% a mais, conforme indica o Ministério da Saúde do Brasil.13
5. Infecções
Pacientes portadores de diabetes, devido à hiperglicemia persistente, também são mais suscetíveis a infecções bacterianas e fúngicas. Isso se dá porque o açúcar circulante no sangue, quando em excesso, tende a fragilizar as defesas do organismo e favorecer a proliferação de microrganismos nocivos à saúde.
Além da frequência maior de infecções, os processos inflamatórios, quando acontecem, muitas vezes permanecem silenciosos no organismo e geralmente se apresentam com maior gravidade.14
Quando não tratado corretamente e em tempo hábil, um quadro infeccioso provocado por fungos e bactérias pode levar à amputação da área foco da lesão, principalmente na região dos pés, e até mesmo ser fatal. Daí a importância de buscar ajuda médica tão logo surjam sintomas como mal-estar físico, febre e feridas no corpo acompanhadas de aumento da temperatura local, dor, vermelhidão e pus.
6. Transtornos bucais
Problemas nos dentes e gengivas são outra constância em portadores de diabetes já que, como vimos, o descontrole glicêmico é agente facilitador e proliferador de bactérias e fungos. E a boca é um dos locais preferidos para esses microrganismos agirem.
Para prevenir doenças dentárias e seu agravamento, redobrar os cuidados com a higiene bucal e manter uma rotina de visitas preventivas no consultório odontológico é o ideal. Até mesmo para que o especialista possa averiguar em consulta a presença de boca seca, sensação de ardência, aftas, lesões, hálito cetônico etc., condições estas que não podem ser ignoradas.15
Gengiva vermelha e/ou “descolada” dos dentes com a presença ou não de inchaço ou sangramento, dentes moles ou com sensibilidade, alterações na mordida e dificuldade em encaixar próteses dentárias (dentaduras) e placas para bruxismo também merecem atenção.
7. Distúrbios cutâneos
Por fim, em decorrência das alterações que a hiperglicemia provoca no sistema nervoso autônomo – que entre suas responsabilidades tem a produção e o controle de suor e sebo –, pessoas com diabetes tendem a ter a pele muito mais frágil, o que as torna bastante suscetíveis a lesões cutâneas.16
Em função da necessidade frequente que esses pacientes têm de urinar para ajudar o organismo a se livrar da glicose excedente, o corpo acaba perdendo mais água do que o normal. Como resultado da desidratação, o ressecamento da pele pode gerar lesões que vão de leves descamações a fissuras e grandes rachaduras.
A presença de coceira persistente também pode existir, e pode indicar a existência de outros distúrbios associados ao diabetes, tais como neuropatia diabética, insuficiência renal ou hepática e infecções cutâneas (micose, frieiras etc.).
Em tempo, além do processo de cicatrização da pele em caso de lesões ser mais lento, outra manifestação cutânea muito recorrente em portadores de diabetes é a acantose nigricans. Caracterizada por manchas aveludadas e escuras em dobras e vincos do corpo como as axilas, virilha e pescoço, em princípio é inofensiva. Porém, caso apareça, ligar o alerta é essencial, pois pode estar relacionada a outras doenças mais graves.17
Prevenção e controle
Evitar as complicações decorrentes do diabetes não é tarefa das mais fáceis, mas reduzir a intensidade dos danos é totalmente possível.
Para a maior parte dos portadores da desordem, o controle rigoroso dos níveis glicêmicos é bastante eficiente na prevenção de complicações imediatas e tardias. Contudo, além de adotar um estilo de vida saudável, é muito importante seguir corretamente as recomendações médicas e fazer uso sem erro das medicações prescritas.
Manter a vigilância periódica dos órgãos e partes do corpo mais expostos às manifestações nocivas correlatas ao diabetes (olhos, rins, coração, pés etc.), assim como ficar atento ao surgimento de sintomas, é igualmente fundamental. A detecção ainda no início de eventuais problemas aumenta as chances de sucesso no tratamento e minimiza riscos de complicações à saúde.
Contato Imprensa
Approach Comunicação
novonordisk@approach.com.br
Fale sempre com seu médico.
Acompanhamento com seu médico de confiança e realização de exames regulares podem ajudar você a controlar o diabetes, além de colaborar para reduzir as chances de doenças cardíacas ou de derrame (AVC).
Em menos de um minuto você pode descobrir seus fatores de risco para o coração.
Conheça os principais sintomas que podem estar associados a doenças cardiovasculares.