Muito provavelmente você não sabe, mas a cada três óbitos por diabetes, dois ocorrem em função de problemas cardíacos que surgem com o agravamento da doença. Cenário ainda mais crítico para pessoas com diabetes que tenham 65 anos ou mais, uma vez que 68% das mortes nessa faixa etária são motivadas justamente por doenças cardiovasculares (DCV).
Se levarmos em conta que as DCV são a principal causa de morte em
todo o mundo, e que o diabetes aumenta em até quatro vezes as chances
de incidência de derrame ou ataque cardíaco (infarto agudo do
miocárdio) – em comparação com quem não tem a desordem –, temos,
então, uma “combinação explosiva”.
Relação estreita e arriscada que se confirma ainda mais segundo
estudo da Associação Americana do Coração (American Heart
Association, em inglês) que aponta, entre outros dados alarmantes,
o diabetes como um dos sete principais fatores de risco controláveis
para doenças cardiovasculares.
Por essas e outras razões, um dos principais focos de todo
acompanhamento médico de pacientes com diabetes é – ou pelo menos
deveria ser – evitar possíveis complicações cardíacas.
Por que, afinal, o diabetes afeta tanto o coração?
O diabetes é uma disfunção metabólica que resulta no excesso de glicose (açúcar) circulante no sangue, condição conhecida por hiperglicemia. Desordem crônica que se desenvolve pelo mau funcionamento do pâncreas ou pela resistência à ação da insulina (hormônio produzido pelo pâncreas), afeta 463 milhões de pessoas com idade entre 20 e 79 anos, conforme contabilizam dados globais da Federação Internacional de Diabetes (International Diabetes Federation, em inglês).
Em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1), o pâncreas
produz baixíssima ou nenhuma quantidade de insulina devido à
destruição das células beta por um mecanismo autoimune. Já no diabetes
mellitus tipo 2 (DM2), a produção desse hormônio é insuficiente
ou a insulina não consegue atuar de forma eficaz, sofrendo
resistência.
Acontece que a insulina é gerada para exercer função bioquímica
vital. Seu papel principal é permitir que o açúcar consumido não se
acumule na corrente sanguínea e penetre dentro das células em quantia
apropriada, para, então, ser convertido em energia. Processo essencial
para o correto desempenho do corpo humano, que precisa de
“combustível” para manter-se.
Portanto, independentemente do tipo de diabetes, eventuais falhas na
produção ou na ação da insulina podem causar grandes estragos à
correta performance do organismo, com destaque para o coração.
Mas vale ressaltar que portadores do diabetes tipo 2, condição
diretamente relacionada ao aumento do risco cardiovascular, estão
ainda mais expostos a emergências cardiológicas. Tanto que de acordo
com a Federação Internacional de Diabetes, até 80% dos pacientes com
essa enfermidade morrem por consequência de problemas cardíacos.
E como os danos ao coração acontecem?
Em resumo, a não produção de insulina, sua fabricação insuficiente ou seu aproveitamento irregular resultam em níveis elevados de glicose no sangue. Combinada com outras complicações comuns ao diabetes, em longo prazo a hiperglicemia acaba por danificar vários órgãos e tecidos, bem como promover um ambiente de estresse e inflamação crônica das artérias que predispõe à aterosclerose.
Doença que atinge o sistema circulatório, a aterosclerose é uma
condição degenerativa que se caracteriza pela formação irregular de
placas de gordura, cálcio e outros elementos na parede das artérias do
coração e de outras localidades do corpo humano. É um quadro clínico
extremamente grave, que provoca redução do fluxo sanguíneo para órgãos
vitais por conta dos ateromas (placas ateroscleróticas).
Quando isso acontece, o sangue é empurrado com muita força contra as
paredes dos vasos sanguíneos para conseguir passar e se mover ao redor
do corpo, o que faz com que o coração tenha que trabalhar muito
mais.
E aqui temos um ponto bem problemático: o estreitamento dos vasos
resultante da aterosclerose, somado à sobrecarga do coração e elevada
pressão sanguínea, aumenta a incidência de infartos, de batimentos
cardíacos irregulares e de episódios de acidente vascular cerebral
(AVC). Isso sem falar que artérias coronárias obstruídas
frequentemente facilitam quadros irreversíveis – e até mesmo fatais –
de insuficiência cardíaca.
Principais sintomas da aterosclerose
Assim como o diabetes, a aterosclerose é uma doença de evolução silenciosa, já que na maior parte das vezes o acúmulo de ateromas nas artérias acontece ao longo do tempo, de forma gradual. Por isso, os sintomas são comumente notados quando o fluxo sanguíneo já se encontra bastante comprometido, sendo menos frequentes os casos de bloqueio súbito.
Geralmente, o comprometimento das artérias coronárias apresenta
sintomas clássicos que podem variar conforme a artéria que é afetada e
sua localização, sendo os mais relatados: tontura, falta de ar, suor
excessivo, palpitação, arritmia cardíaca (alteração no ritmo normal
das batidas do coração), aumento da pressão arterial, cãibras e dores
nas pernas e no peito. Neste último caso, ainda pode haver sensação de
peso e aperto sobre o tórax, queimação ou até mesmo pontadas.
Especificamente nos casos de infarto, cujo quadro clínico se
caracteriza, sobretudo, por sudorese, náusea, falta de ar e dor ou
desconforto na região peitoral que irradia para o braço esquerdo – e
às vezes rosto e costas, é importante destacar que pessoas com
diabetes podem apresentar quadros atípicos, com sinais e sintomas que
podem não ser percebidos ou corretamente interpretados.
Isso pode acontecer em virtude de outro agravante decorrente do
diabetes: a neuropatia autonômica, disfunção neurológica que afeta o
sistema nervoso simpático e parassimpático e faz com que dores sejam
eventualmente mascaradas e menos perceptíveis.
Assim, diante de qualquer evento de mal-estar súbito, é
imprescindível buscar ajuda imediata em uma unidade hospitalar de
pronto atendimento.
Fatores de risco
Vimos que a hiperglicemia é “porta de entrada” para doenças cardiovasculares em pessoas com diabetes. Porém, mesmo quando os níveis de glicose no sangue estão controlados – o que é imprescindível, diga-se de passagem –, a probabilidade de problemas cardíacos serem diagnosticados nesses pacientes ainda assim existe.
Isso ocorre pela frequente associação do diabetes tipo 2 com outros
fatores de risco cardiovascular. São eles: obesidade (principalmente
com excesso de gordura abdominal), hipertensão, colesterol e
triglicérides elevados, tabagismo, sedentarismo e hábitos alimentares
pouco saudáveis.
Por isso é fundamental compreender que cuidar do diabetes e, quando possível, prevenir a doença, é essencial para a manutenção da saúde cardiovascular. Lembrando que fazer exames periódicos é igualmente primordial, principalmente se houver histórico familiar positivo para DCV.
Prevenção de doenças cardiovasculares
Junto ao acompanhamento médico que deve ser realizado por uma equipe
multidisciplinar, algumas mudanças no hábito de vida fazem total
diferença na busca por manter o coração em uma zona mais segura. E, de
quebra, para um bom controle do diabetes.
O programa de prevenção e enfrentamento aos fatores de risco
cardiovascular deve incluir:
Contato Imprensa
Approach Comunicação
novonordisk@approach.com.br
Fale sempre com seu médico.
Acompanhamento com seu médico de confiança e realização de exames regulares podem ajudar você a controlar o diabetes, além de colaborar para reduzir as chances de doenças cardíacas ou de derrame (AVC).
Em menos de um minuto você pode descobrir seus fatores de risco para o coração.
Conheça os principais sintomas que podem estar associados a doenças cardiovasculares.